Quem não se lembra da primeira briga entre casal de namorados? O desentendimento se torna um crescendo e pronto! Começam os impropérios, as verdades desmascaradas! Surge a raiva ou então, ela é o estopim da discussão. A pessoa amada sai bufando, liga o carro e dá partida cantando os pneus.
O que fazer quando o casal briga? No caso, o desentendimento floresce, quando há muito sentimento de raiva contido. Ou então descontentamento com o comportamento do outro. Há também muito orgulho envolvido nesta trama de desentendimento.
Como trabalhar a raiva e a crítica na hora da briga? Ninguém gosta de ser criticado. O ser humano tem o desejo de ser sempre apreciado e aceito. Num casal, o comportamento do outro às vezes, pode magoar ou ferir. Uma palavra dita num momento errado pode causar um rompimento.
Quando você estiver com muita raiva do parceiro(a), evite uma discussão acalorada. Excesso de ira pode provocar mais raiva. Neste momento, um pode magoar o outro com palavras ásperas ou ofensivas. Isso em nada resolve a causa da discussão.
Conversar seria a solução ideal. No entanto, o ser humano é instável nas suas emoções.Às vezes, discutimos numa hora em que o namorado(a) ou companheiro(a) está cansado, nervoso ou preocupado. Aí, ele pode devolver as ofensas com mais ofensas. Neste momento de ânimos acalorados, mantenha a calma. Vá para casa e pense melhor sobre o assunto.
Há uma diferença muito grande em dizer: “Estou com raiva de você. “ e falar a mesma frase num tom de voz alto, irado misturado a gestos descontrolados. Violência gera violência.
Não reprima sua raiva. Não fique guardando para depois seu desagrado. A insatisfação num casal, se for ignorada, poderá crescer e se manifestar numa briga carregada de mágoa.
Algumas pessoas são muito exigentes com a pessoa amada. Brigam por qualquer motivo ou qualquer detalhe. A pessoa amada pode se sentir desmotivada e desvalorizada. “Nada que eu faça, ele(a) repara ou elogia. Só ele(a) é perfeito(a)!”- desabafa a pessoa. Geralmente, são homens ou mulheres que tiveram uma infância com pais muito autoritários ou repressores. Crescem e amadurecem sendo muito duros consigo mesmos. Projetam no outro toda a carga de exigência e baixa auto- estima.
Há também um problema chamado de distimia. Constante mau humor pode mascarar um problema psicológico que precisa ser investigado.
Uma boa dose de tolerância e compreensão pode evitar brigas desnecessárias. Aceitar o outro é aceitar a si mesmo.
Tolerância não é passividade ante o erro do outro. É compreender que a pessoa amada não é o príncipe encantado. É um ser humano cheio de carências, acertos e erros. O perdão transforma a raiva em compreensão madura. Perdoe de verdade. Senão for um perdão sincero, o resultado da briga poderá se transformar em ressentimento. O ressentimento deixa a pessoa com a memória viva ante os erros passados: “Lembra-se daquele dia que você fêz isso e aquilo?” despeja o homem ou a mulher. A raiva não passou.
Num relacionamento saudável, a briga entre o casal pode servir como um termômetro. Um desabafo onde os dois vão se conhecendo e aparando as arestas. Nem sempre a mulher ou o homem costumam se abrir quando estão insatisfeitos. Isto gera desconforto. “Engulo tudo calada(o), senão ele(a) termina comigo.” “Não gosto de brigar, prefiro ignorar o que ele(a) fêz.” Este comportamento vai gerar mais insatisfação entre o casal. E esta insatisfação vai se refletir na vida sexual e social dos dois.
Muitas brigas por motivos fúteis podem estar mascarando outros problemas na estrutura do relacionamento: dificuldades sexuais, problemas financeiros, falta de amor ou mesmo uma traição. Alguns casais fazem um jogo que pode ser até inconsciente. Depois da briga, o relacionamento íntimo fica mais apimentado. Parece que o relacionamento fica mais quente. Será? No entanto, para um casal que ainda se ama, brigar, às vezes, pode acertar muitos desencontros e dificuldades.
Na hora da briga, tente se acalmar. Quando o outro elevar a voz ou gritar, não faça o mesmo. Abaixe o tom da sua voz. Isso desconcertará a pessoa amada. Jogo de forças não leva a resultado positivo. Gritar mais alto do que a pessoa amada gera mais briga.
Havia um casal que tinha sempre brigas apimentadas e costumavam se agredir fisicamente. Era sempre assim: tapas e tapas. Com o tempo, o amor acabou e eles se separaram.
Não permita a falta de respeito e nem o uso de palavrões durante a briga. Se você permitir uma vez que seja, será sempre assim. No entanto, nem sempre na hora da briga, com os nervos à flor da pele, as emoções estão sob controle. Se você errou, reconheça o erro imediatamente. Pedir desculpas é nobre.
Sinceridade sempre na maneira de expor os sentimentos.
- Brigas de Mais, Brigas de Menos…
Muita gente conhece – ou já se viu nesta situação – casais que não param de brigar. Brigam pela escolha do filme, do restaurante, por causa da bagunça, do carro, da roupa, de tudo. Em outra ponta, há casais que não brigam nunca, parecem viver constantemente em harmonia.
Não existe uma “freqüência ideal” ou “normal” para brigar, obviamente, mas não necessariamente a ocorrência de muitas brigas é um mau sinal, assim como a ausência delas pode não apontar para um “felizes para sempre”.
“Tem casal que briga por qualquer coisa, como se fosse um padrão da relação. Na verdade, não estão se aprofundando. É um vício, que não tem mágoa, ressentimento. Acabou o episódio de uma briga no supermercado, brigam pelo cardápio, depois por filme. É um padrão edificado. Desde que não levem à mágoa, ressentimentos, a um ficar sem olhar pra cara do outro, tudo bem. Mas é um vício até contornável”, define a psicóloga e terapeuta sexual Margareth dos Reis.
Segundo ela, pior pode ser o casal que “não briga nunca”. Isso pode significar superficialidade. “Quando não se briga também não se discute nada, a relação pode ser muito pobre, fica tudo na individualidade, não se divide nada. De repente, não discutem nunca, aí têm uma única briga e se desestabilizam, já pensam em se separar, o que pode ser mágoa guardada. Brigar pode ajudar a melhorar o relacionamento ou acabar com ele,”
Fonte: Terra Relacionamento