O futuro chegou. Estamos no dia 21 de 2015, o ano que conhecemos em 1989 quando o dr. Emmett Lathrop Brown, Marty McFly e Jeniffer Parker entraram no DeLorean convertido em máquina do tempo e viajaram para o futuro. A data exata da chegada dos turistas do tempo foi 21 de outubro de 2015.
Mas a menos que haja uma super revolução tecnológica-cultural como nunca vista na história da humanidade, o mundo não vai mudar muito e por isso achamos que seria uma boa hora para darmos uma olhada naquele 2015 do cinema e compará-lo com o 2015 real. Quais previsões se concretizaram? Quais estavam completamente erradas? O que acabou se tornando realidade e o que hoje parece um devaneio ingênuo do fim dos anos 1980? É isso o que veremos neste post.
O que não aconteceu (e nem vai acontecer) em 2015…
Se você nasceu antes de 1985 certamente sonhou com um futuro onde carros voariam, pessoas andariam sobre esteiras em vez de calçadas, e as viagens de avião seriam feitas em velocidades supersônicas. Mas então veio o ano 2000 e matou todas as noções ingênuas sobre o futuro que as pessoas tinham. Na verdade isso foi um pouco triste, porque era muito mais gostoso sonhar com aquele futuro utópico e impossível que víamos em “Jetsons” e “De Volta Para o Futuro”.
Hoje, com o ano 2000 morto e enterrado há 15 anos, nossas projeções para o futuro tendem a ser mais realistas e bem mais chatas. Ninguém mais sonha com carros voadores, o Concorde está morto e tudo indica que o futuro será muito mais parecido com “1984”, “THX”, “V de Vingança” ou “Admirável Mundo Novo” do que com “De Volta Para o Futuro II”. Prova disso?
Carros ainda não voam e ainda precisam de estradas
Depois de mandar Marty McFly de volta para o futuro e devolver o DeLorean ao seu outro eu, o dr. Brown finalmente consegue fazer a viagem para o futuro que planejava quando foi atacado pelos terroristas líbios de quem roubou o plutônio. No futuro, ele fez uma conversão para “carro voador” (a Hoover Conversion anunciada por Goldie Smith III em 2015) e dispensou as estradas, passando a trafegar em aerovias.
No primeiro momento do filme parece algo extremamente incomum, mas logo ao chegar no futuro ele se enfia em um baita congestionamento de carros voadores e, mais tarde, vemos até uma área de “proibido aterrissar” em frente à torre do relógio.
Como você já deve ter percebido, carros ainda não voam e até agora todas as tentativas de criar carros voadores se parecem muito mais aviões que podem ser dirigidos em solo do que carros com capacidade de voar. O Terrafugia Transition é o melhor exemplo disso e, a menos que se descubra uma forma de potencializar as propriedades magnéticas da Terra e dos materiais, você precisará de asas ou hélices para voar. Nesse caso, você não terá um carro, e sim um avião de pequeno porte ou um helicóptero.
Nem funcionam com lixo doméstico..
E tão pouco usam códigos de barra nas placas de registro
Nos postos de combustível ainda somos atendidos por pessoas em vez de robôs
A Pontiac não existe mais
Se você for um cara muito, mas muito rápido para notar detalhes, talvez tenha percebido uma concessionária Pontiac na Hill Valley do futuro. A loja aparece por alguns segundos durante a perseguição de hoverboards (aos 0:54 do vídeo, quando o Jeep aterrissa). Como todos sabemos, a GM matou a Pontiac em 2010.
Curiosamente, em 1955 a loja era ocupada por uma concessionária Studebaker, marca que também foi extinta e por isso em 1985 a concessionária vendia modelos da Toyota, como a Hilux que Marty ganharia dos pais depois de mudar o passado.
Skates não flutuam
Nos últimos anos vimos uma série de hoverboards por aí. Todos eles eram modelos meramente decorativos, que flutuam somente sobre bases magnetizadas. Um deles foi até mais criativo e tentou nos convencer de que o hoverboard havia sido inventado e contou até mesmo com a ajuda de Tony Hawk, mas o mundo é esperto demais para cair num viral tão fake.
Infelizmente, assim como os carros voadores os skates voadores continuarão sendo uma promessa daquele futuro que nunca chegou e nunca chegará.
O que estava certo?
Apesar de alguns absurdos — como os carros e skates voadores, bonés de acrílico e latas de lixo ambulantes que perseguem o lixo, os produtores de “De Volta Para o Futuro II” acertaram algumas previsões.
Os carros ainda precisam de ruas e estradas
Podemos fazer pagamentos com um toque de botão
A mídia impressa ainda existe
Drones são usados para capturar imagens dos fatos
Ainda existem telefones públicos
Sua TV é plana e pode ser pendurada na parede
E até fazer chamadas de vídeo!
Video-games dispensam joysticks
Podemos vestir os gadgets
Durante o jantar em família, Marty Jr. e Marlene McFly estão usando gadgets em forma de óculos para assistir TV e atender ligações. Em 2013 o Google lançou o Google Glass, seus óculos de realidade aumentada, e na mesma época Samsung, LG e Motorola lançaram os smarwatches — os relógios inteligentes sincronizados aos seus dispositivos mobile com capacidade semelhante aos óculos dos filhos de Marty McFly — assistir conteúdo multimídia e se comunicar com outras pessoas.
Ainda há Fuscas circulando!
Restomods (ou quase isso)
Os gearheads sacaram à primeira vista: o táxi do malucão que leva Biff Tannen a Hilldale para roubar a máquina do tempo é um velho Citroën DS convertido para voar — há vários outros DS no filme, se você reparar bem. Antes disso, quando o mesmo velho Biff entra em cena, ele está passando a segunda camada de cera no BMW 633CSI do neto Griff, que também foi modificado com tecnologias do futuro.
Os produtores erraram feio nas tecnologias do futuro, mas acertaram em cheio na modernização de carros antigos, algo que não era muito comum em 1989 e só se tornou uma cultura automotiva no começo dos anos 2000.
O que está quase lá?
Tênis com cadarços automáticos da Nike
Os tênis auto-amarrantes que Marty ganha de Doc Brown para usar no futuro estão ao lado do carro voador e do hoverboard como os grandes objetos de desejo dos fãs da trilogia. Praticamente todo moleque que assistiu o filme passou a adolescência sonhado com cadarços automáticos, mas eles, infelizmente, nunca foram reais.
Em 2011 a Nike chegou a lançar uma série do modelo Hyperdunk estilizada com as cores do tênis de Marty McFly — que se esgotou mais rápido que um top fuel na drag strip — e uma réplica perfeita dos Nike MAG usados no filme, porém sem cadarços automáticos. Um pouco decepcionante, mas era por uma boa causa: as réplicas custavam US$ 1.500 e toda a renda foi revertida para pesquisas para a cura do Mal de Parkinson, a doença que Michael J. Fox descobriu ter aos 30 anos.
Agora, a Nike anunciou que tornará realidade mais uma previsão do filme: o modelo Nike MAG será lançado ainda neste ano e com cadarços automáticos! A notícia vem de Tinker Hatfield, chefe de inovação da marca. Ele não deu detalhes sobre preço e distribuição, mas garantiu que o modelo será lançado ainda neste ano.
Fonte: Flatout