Seja qual for a sua dúvida em relação ao secar das mãos fora de nossas casas, onde a utilização de uma toalha compartilhada seria obviamente muito mais anti-higiênica que qualquer uma das outras opções.
A guerra está declarada
No fim das contas, ambos tinham motivos e pontos consideráveis na crítica ao trabalho do “rival”. Toby Saville afirmou que o trabalho pró-folha de papel apresentava falhas fundamentais, com erros inaceitáveis até para estudantes não graduados. Já Keith Redway defende sua ciência dizendo que valores extrapolados servem para incluir risco em potencial e que deve ser levando em conta, também, se o sujeito realizou uma lavagem de mãos adequada.
Afinal, o que é verdade?
Com tanta animosidade e outros interesses capitalistas envolvidos nessa concorrência nada saudável, as maiores vítimas somos nós, os consumidores, que acabamos ficando sem saber o que realmente interessa: o que é melhor para as pessoas e para o mundo?
Quando utilizados apropriadamente, os dois métodos podem ser considerados muito eficazes para deixar nossas mãos completamente secas
O primeiro ponto a ser avaliado é a eficiência da secagem que os métodos são capazes de fornecer. Pode parecer um fator menos importante, mas não é: mão molhadas são um prato cheio para as bactérias, que fazem da umidade um ambiente favorável para se proliferarem. Quanto mais secas, menos suscetíveis suas mãos estarão a bactérias.
É aí que entra uma das poucas opiniões que os dois lados compartilham: os secadores de jato de ar enxugam as mãos tão bem quanto as folhas de papel. Quando utilizados apropriadamente, os dois métodos podem ser considerados muito eficazes para deixar nossas mãos completamente secas.
Secador de mãos: uma bomba de bactérias?
O que se tem como opinião acadêmica mais difundida, para a alegria dos fabricantes de folhas de papel, é que os secadores seriam o pior método para enxugarmos as mãos, especialmente no caso dos sopradores de ar quente.
Diversos estudos realizados pela Universidade de Westminster, de Leeds, pelo Instituto de tecnologia de Massachusetts (MIT) e outros trabalhos publicados pelo Journal of Applied Microbiology mostram que usar o método que utiliza o sopro de ar aumenta o número de bactérias em nossas mãos e pior: espalham micróbios pelo ar, contaminando profundamente o ambiente.
A pesquisa mostra que secadores com jato de ar dispersam 60 vezes mais bactérias no ar do que dispositivos com ar quente e 1,3 mil vezes mais do que as toalhas de papel. Além disso, a maior demora no processo de secagem faz com que as pessoas desistam do método. Estudos mostraram que para secar as mãos nos secadores são necessários 30 segundos de ação.
Secadores podem sujar mais ainda as suas mãos?
A parte negativa é que isso faz com que as pessoas desistam em menos tempo (em 19,6 segundos para os homens e 25,4 segundos para as mulheres, um pouco mais pacientes). O uso de toalhas de papel gastaria apenas 11 segundos de nossas preciosas vidas. As folhas ainda ajudariam a remover fisicamente resíduos de mãos mal lavadas, mostrando-se mais eficazes que o sopro de ar.
E o meio ambiente?
Se pararmos para analisar superficialmente os métodos de secagem de mãos através de sopro de ar e de folhas de papel, podemos enxergar pontos negativos e positivos em ambos no que diz respeito ao bem do meio ambiente. Se, por um lado, a produção do papel exige o corte de árvores e gera uma grande quantidade de lixo, os secadores consomem uma quantidade enorme de energia elétrica, o que gera impacto ambiental de acordo com a origem da eletricidade usada.
O uso das folhas de papel causaria uma “pegada de carbono” 70% maior do que a tecnologia considerada mais avançada entre os secadores
A pedido da Dyson, fabricante dos dispositivos sopradores de ar, o MIT analisou o ciclo de vida dos métodos mais comuns de secagem das mãos em banheiros públicos, inclusive o uso de toalhas de pano e papel e diversos equipamentos que emitem jatos de ar quente ou frio.
No fim das contas, podemos chegar à conclusão de que secar nossas mãos com toalhas de papel é mais higiênico, mas faz mais mal para o meio ambiente. Os secadores de jato de ar podem deixar suas mãos mais contaminadas, além de infectar o ar com bactérias, mas vão gerar um impacto ambiental muito menor do que a primeira opção.
Ainda assim, mais importante que isso é a maneira como lavamos as mãos. A prática é considerada entre os médicos a medida isolada mais importante como estratégia de redução da incidência de infecções hospitalares, ou seja, é muito importante e faz muita diferença para a nossa saúde. Com as mãos bem lavadas, o uso de algum tipo de antisséptico e, claro, sem o desperdício de água, o método de secagem acaba se tornando apenas um coadjuvante na proteção da saúde e do meio ambiente.
Fonte: TecMundo